quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Tentar.

Eu quero tentar, mas não aceito conseguir. Estranho? Talvez. Depende do leitor das minhas míseras palavras.
Tentativas falhadas ao longo de dois anos e oito meses, pois canso-me do cansaço. Ora aí se vê o fracasso.
Eu vou tentar, mesmo que ninguém veja o meu esforço. Não estou interessada na vossa visão, mas sim na minha. A minha visão quer a perfeição, e essa ninguém me pode tirar.

"Não estou pronta para conseguir e desistir tornou-se o meu conforto. Futuro, futuro e futuro. O futuro torna-se passado e o passado fica guardado. As pessoas olham para nós da forma que nós queremos que olhem, ou da forma que imaginamos e acreditamos. E eu sei que olham para mim como a rapariga que se corta."
(17:30), c.f.

"O sofrimento adora companhia."
- Toby.


Já falta tão pouco.
Um dia, e parabéns meu companheiro.

sábado, 26 de outubro de 2013

Sentimentos indisciplinados.

O teu próprio corpo asfixia-te e começas a tremer. Calma, não é frio.
Olhes para onde olhares, acabas por chorar.

À tua mente chega o passado, e com o passado, chegam as memórias. Memórias essas inesquecíveis, que carimbaram a tua vida.
Alguém se lembra de te abraçar, e aí... Aí a cascata rebenta. Trovões e relâmpagos chegam.
Apenas uma frase era exaustivamente gritada na tua cabeça: "Não quero estar aqui!".
Onde ficou a tua ignorância? Para onde foi o teu aspeto discreto e firmeza?
- Eu não queria chorar à frente de ninguém, mas foi algo involuntário.
O meu corpo tentou expressar o que estava dentro da minha cabeça.
Foi uma mistura de sentimentos. Foi ansiedade, foi nervos e pânico. Foi mais um dos ataques que não pude dominar.


Não é possível controlar os sentimentos e, ás vezes, é impossível não expressá-los.

"Já pensaste que podes perder uma pessoa para um mundo que desconheces, mais depressa do que imaginas?".
c.f.


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Terceiro ataque.

Já não é o primeiro ataque nem o segundo. É o terceiro ataque.

Ela já não comia à mais de 12 horas. Muita fome passou aquela rapariga durante a manhã de quarta-feira.
Quando chegou a casa, deitou-se na cama. Parecia estar à espera que a sua mãe saísse de casa para ela, num ápice devorar a cozinha. Ela própria não sabia o porquê da espera.
Um tempo depois, a mãe saiu de casa, pois tinha uma consulta no hospital por causa da sua voz que não tinha voltado a ser a mesma depois da operação do dia 7 de outubro. O seu pai, doente, estava deitado na cama. Tinha passado a manhã a vomitar.
Ficou "sozinha" em casa, e, para não ir comer, pôs-se a estudar. Estudar ciências! Doenças infecciosas, estudou ela, mas rápido se cansou. Levantou-se e foi para a cozinha. Comeu, comeu e comeu. O pacote da manteiga já não era um pacote com manteiga mas sim um pacote sem manteiga. Voltou para o quarto. Como tinha o seu pai doente em casa, não fez o que habitualmente faz: vomitar.
Entristeceu, deprimiu e acabou por chorar. Sentiu-se nojenta. Sentiu-se ninguém. Sentiu-se sozinha e viu que, as pessoas à sua volta pareciam estar a evoluir para melhor, a crescer, e ela nada.
Dentro da sua caixinha com flores e sorrisos feita em 2011 no seu primeiro internamento, tinha 2 lâminas, que agora, contem 3. Ela não queria cortar-se, porque os cortes não são compreendidos nem aceites na nossa sociedade, mas sabem uma coisa? Já nada lhe importava. Acabou por fazê-lo.
Alguns minutos passaram e ouviu o pai levantar-se. Ele ia sair de casa, mesmo no estado em que estava. Aproveitou o sucedido e correu para a casa de banho. Nós sabemos para fazer o quê...
Mais tarde, foi fumar como costumava fazer sempre depois de ter o estômago vazio. Parecia estar irrequieta e a respiração começou a ficar descontrolada. Depois de acabar o cigarro, levantou-se. Sentiu que ia cair, mas manteve-se de pé! Começou a andar e, quem a visse pensaria que ela tinha algum problema na anca pois o seu andar estava estranho. A respiração estava fora de controle! Entrou dentro de casa e bebeu água. Foi para o seu quarto e deitou-se na cama. Com as mãos geladas, de um momento para o outro começou a suar e a dar voltas e mais voltas. Despiu-se até ficar apenas com roupa interior e, com a barriga virada para cima, fechou os olhos. Uma luzinha amarela apareceu. Ia crescendo, crescendo... Parecia o sol. Um sol deformado. Um sol em forma de mancha que mudava de forma. Esse sol acabou por desaparecer e ela acabou por adormecer.
Uma/Duas horas depois, acordou. Estava gelada!
A mãe estava na cozinha pois ela já ouvira-a mexer em panelas. Sentiu uns passos em direção ao seu quarto. Tapou-se imediatamente com a manta que estava em cima da cama para que ninguém visse o seu corpo nem os seus cortes. Era a mãe. Deu-lhe a má nova que, iria com o pai para o hospital, pois ele dizia-lhe que estava pior. Disse-lhe também que não podia falar. A médica não a deixara porque a sua garganta e a voz não estavam a recuperar como o esperado.
Ela agora está bem. Sozinha em casa, mas está bem.
Uma ela tão idêntica a mim. Uma ela tão igual a mim. Uma ela que sou eu.

"A vida ensinou-me muito mais do que a escola algum dia me poderá vir a ensinar."
c.f.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

The end.

Digo, repito e interiorizo. Para quê tentar? Perdi o jeito. De escrever, de falar, de mentir, de tudo. Ou se calhar, pensava que o tinha e nunca o tive.
(...)
Tenho pensado em tanta gente. Tenho sonhado. Tenho chorado. Enfim.
Ciúme, ódio, burrice. É sempre o que sinto pelas pessoas, mas ao mesmo tempo... Ao mesmo tempo sinto fragilidade, preocupação, tristeza. Mas não importa.
Afastar-vos, pode custar, pode doer-nos, mas mais tarde, veremos que foi a melhor decisão.
(...)
O blog está no fim.
(...)
Dia 01/11/2013, o blog faz dois anos que 'nasceu', e será o dia, em que será apagado, do mundo.

- http://www.youtube.com/watch?v=ueR4p4yCvL4
- http://www.youtube.com/watch?v=nHufBa8Si1Y

Catarina.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Se morreres, continuarás viva?

Espero que nesse dia tudo corra mal, que não resistas. Mas não quero que sofras! Não! Isso não!
SE morreres, espero que morras durante o sono. E prolongues esse sono para um Sono Profundo e Eterno.
Isto é muito ingrato, vindo de mim (será?). Vindo de uma pessoa por quem, tenho a certeza, que darias a vida. Por quem choras-te e choras tanto. Por quem pensas 24/24 horas. Por quem te esforças-te tanto. Esforço e tempo perdido.
Não quero que continues viva. Não quero que olhes mais para mim. Não quero que te lembres da minha existência.
Espero que esse dia, seja O Dia. Que seja o teu último.
Se o 'desejado' se concretizar, irei rapidamente ter contigo. Podes acreditar que vou! Isso posso prometer-te!
Isto que escrevi será falta de amor? Não. Pelo contrário. Por te amar tanto, quero que vás.

É apenas um 'desejo', mas sei que continuarás cá, para tentares fazer de mim uma mulher que nunca serei.
Mãe.