domingo, 5 de outubro de 2014

Lágrima amargurada

Olhos vazios,
Mas cheios de solidão.
Enchem mais a cada hora que passa,
A cada sítio que vou.

Lágrima derramada,

Quente e amargurada.
Pesada,
Caí molhando o tecido das minhas calças pretas e largas.

Sozinha.

Mal tratada.
Quero fumar,
Delirar.
Sem vício,
Mas quero.

Quero...

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Lâmina na mão

Pulso, querido pulso, não chores, irei cuidar de ti.
Não vai doer.
Coragem.
Devagar...
Agora!
Por ti começa a escorrer sangue, gota a gota.
Corta, corta, corta mais!
E no corte mais fundo, consegui ver as veias.
Foi por pouco!

Que belas e finas veias!
Apaixonei-me pelo vosso tom roxo esverdeado, portas da minha morte.

I hope see you soon, again.
Uma noite silenciosa, cheia de nada e de muito escura, para mim.


sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Já não me importo...

Em pequena, pintava a palavra "vida" com todas as suas cores, o azul, rosa, amarelo, verde e vermelho. Hoje, essa palavra perdeu tudo isso, até mesmo o brilho e o encanto que tinha.
"Viver" fazia-me lembrar a natureza, os animais, as famílias, a felicidade! Agora... Agora já não me faz lembrar nada disso...

Hoje, depois de tanto tempo a avaliar a vida e a morte, eu já não me importo... A minha opinião é nula. Sinto que estou num pesadelo, em que conheci gente que não gostei, que gostei, que amei e gente à qual me apaixonei. Mas um dia, este pesadelo vai acabar, e eu espero que seja de um suicídio calmo e silêncioso.

Boa noite.


quinta-feira, 15 de maio de 2014

Profunda Nostalgia

Não importa se tenho frio ou calor, se estou triste ou alegre, se estou mal ou bem.
Tanto faz se chove ou se faz sol, se me isolo ou se socializo, se choro ou se riu.
Ficou tudo tão indiferente, tão pouco atraente...


Sentimento de profunda nostalgia.
Tortura.
Dor.
Sangue.

O meu cérebro está cansado.
O corpo, exausto.
Sem coragem para pensar positivo. Sem força para me controlar.
Sem ninguém.


1. 2. 3.
10 comprimidos.
Não importa quantos são nem a dor que irão causar.
O que me importa é: será que o corpo vai aguentar?

Boa noite a todos.


sábado, 12 de abril de 2014

Bulimia #P1

Entrou na minha casa, no meu quarto, no meu corpo.
Arrombou a porta da minha mente, como um assalto.
Conheceu os meus pais, irmã e conhecidos.
Chegou até mim.
E sem avisar, envenenou todo o meu organismo.

Tem sido incansável, ela.
Incansavelmente destruidora.
Eu, patética e fraca, aceito o seu abraço maquiavélico e entro no seu jogo obscuro, todos os dias, do nascer ao pôr do sol.
Mesmo conhecendo a sua maldade perante mim, não consigo abandoná-la.
E sei o porquê...
Costuma ser os outros a abandonar-me, e não eu.

domingo, 23 de março de 2014

21:12

Não consigo descrever
O desejo de morrer
Até mesmo a sensação
De intensa solidão
Que me faça parar de pensar
Vertiginoso paraíso contemplado
Querendo a morte lado a lado
Sem esperanças de melhorar
Prefiro logo essa dor acabar
Se neste poema suicida só sei falar
Da vida que desejo acabar
Então é melhor cumprir esse ato
E se tornar um grande ingrato
Por algo que eu nunca fiz questão de ganhar.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Nada é como era.

O sol já não é tão brilhante como era. Deixou de aquecer muitos corações e esfriou muitos olhares.
A chuva deixou de cair com a intensidade maravilhosa que caía. Deixou de ser segura, e tornou-se apenas água, água que não é a verdadeira chuva.
À muito tempo que as nuvens não são mais nuvens, e sim pedaços de algodão esquecidos, espalhados pelo céu.
A luz do luar deixou de brilhar nos rostos de cada um, e as estrelas? Já não as reconheço.
A comida deixou de dar prazer, e passou a oferecer culpa e repugna.
A água já não é mais utilizada para matar a sede, e sim para ocupar o espaço vazio que tortura muitos estômagos, todos os dias.
O vento não é mais O vento.
Eu que amava envolver-me sob o sopro forte da brisa fresca.
Adorava os dias em que o sol iluminava os meus olhos, e neles, refletia amor, ternura, esperança e muita, muita vida.
Hoje, nada é como era.

Seja como for, tanto faz.
Deixei-me levar pela dor e pelo fracasso.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Três anos, fevereiro, 2014.

Lembro-me de tudo, como se tivesse sido ontem.
Tinha feito 12 anos à pouco tempo. Era uma pré-adolescente feliz.
Como qualquer pré-adolescente, tinha um pequenino sonho, que com o passar do tempo deixou de o ser, e tornou-se num grande, e muito desejado sonho!
Trabalhei e esforcei-me muito para realizar aquilo que tanto ambicionava.
E de ambição, passou a doença.

Vi lágrimas nos olhos daqueles que mais gostava.
Fiz sofrer os mais próximos.
Coloquei preocupação no coração de muita gente.
E eu.
Eu também chorava. Também sofria.
Tinha medo que os outros estragassem o esforço que tanto exigi de mim.
Eu estava cega. Doentiamente cega.

E o meu medo, aconteceu.
(...)



O primeiro pensamento, o primeiro ato, a primeira decisão, foi à três anos.
Três anos cheios de melancolia.
Três anos com um só sonho.
E depois de tanta destruição, a esperança é cada vez menor.