terça-feira, 23 de julho de 2013

Não é vontade de morrer, é desejo, é sonho!

Acho que nunca passei uma tarde a chorar tanto como hoje. Aquele choro desesperante, que nos tira o fôlego, sabem...
O meu pai não mede as palavras que diz e não imagina o impacto que eles têm em mim. Disse que eu era uma merda, que não merecia o carinho que me davam. Que eu era uma desconfiada, que estava maluca e que estava a ficar com a mania de perseguição. Nas palavras dele, o que mais me magoou foi: "Não mereces o carinho que te dão." e "Começas a levar porrada nesses cornos para ver se a maluqueira te passa.". A maneira que ele falava comigo... Ou melhor, gritava. Aquela arrogância, aquela dureza. Báh, ainda aguentei o choro, mas não foi por muito tempo. Começamos os dois a discutir e as lágrimas escorriam pela cara. Aquele desespero todo, aquela tristeza toda... Não consigo sobreviver por muito mais tempo, porque viver já não vivo.

Quando eles saíram de casa chorava mais e mais e mais. As dores de cabeça começavam a chegar, e cada vez ficavam mais fortes. Apenas um pensamento ocorreu-me à cabeça: suicídio. Estava sozinha, e só conseguia dizer: "Eu vou morrer.". Disse isso umas cinco ou seis vezes. Não sabia onde estavam os comprimidos, porque se soubesse acho que era a isso que eu tinha recorrido, mas lembrei-me de veneno. Pensei logo que se ingerisse haveria mais probabilidades de morrer do que continuar 'viva'. Fui a correr á rua, ainda a chorar e encontrei um frasquinho de inseticida. Voltei a casa, agarrei numa garrafa de água vazia e despejei um pouco de inseticida lá dentro. Fui para o meu quarto e guardei a garrafa. Depois disso só me imaginava, um dia, com um prato de sopa á frente e despejar o pouco inseticida que tenho dentro da garrafa na sopa, comê-la e sentir o meu coração a parar. Imaginei isso vezes sem conta hoje.
Enfim. É uma tristeza tão, mas tão grande... E cada vez tenho mais certezas que morrer... Bem, morrer é a solução!

Li este texto no blog da
anorexify bones (http://anorexifybones.blogspot.pt/) e senti uma identidade tão grande...
"Só pra variar a sua cabeça dá um nó bem no fim do dia, e você percebe o quão bagunçada é a sua vida, e que as coisas não se encaixam umas nas outras por simples falta de opção.
Infelizmente minhas escolhas me levaram a isso, e eu não posso fugir agora por mais que eu tenha vontade.
O meu medo de ficar sozinha é tao grande que só o reles pensamento é desesperador... Dependência emocional? Não sei... Talvez sim. Afinal de contas, eu fui aprendendo a ser assim, sem muito amparo, sem muita base...
Todos os dias eu penso muito em como o dia amanhece e anoitece e as coisas vão ficando na mesma. Não aqui, mas na minha cabeça mesmo, como estando parada no meio de uma grande multidão ou estando a andar na direção contraria.
E pensar que vai chegar um dia em que eu serei um monte de ossos dentro de uma caixa de madeira vagabunda, talvez até mesmo como indigente, e que essa vida aqui não vale nada, é passageira, que a gente é só um monte de matéria orgânica, e que a vida é como a chama de uma vela...
Ao simples sussurro de um vento, ela se apaga, e não resta mais nada.
E que para o lugar a onde vamos nossa recordação é esquecida, porque os que importarão serão os que caminharão acima de nós, pensando erroneamente que ao morrerem vão levar tudo o que tem pra dentro do caixão também.
Percebem? viver e tão... Tão... Sei lá... Você nunca tem a vida que sonha ter, mas sim aquela que resta mediante suas atitudes e decisões. Não tem muito como mudar o passado ou prever o futuro...
Então vai tudo ficando assim...
Até o fim...
"

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