quinta-feira, 28 de março de 2013

Mais um aniversário

Amanhã, dia 29 de Março faço 14 anos.
Vai ser o 3º aniversário que não vou passar bem...
Não vou estar com os meus pais nesse dia. E sim, já não estou com aquela parvoíce de lhes chamar "progenitores". São meus pais, iram sempre ser, mesmo que eu não queira!
Como estava a escrever, não vou estar com eles. Estou na casa de umas amigas e acho que estou melhor aqui. Em casa não estou bem, não me sinto bem. Estão sempre a discutir comigo, sempre a ralhar se eu faço ou não faço as coisas. Dizem que eu é que armo sempre discussão lá em casa e que sou uma revoltada. Culparam-me de haver sempre desentendimentos literalmente.
Ontem e hoje foi um dos dias em que me considerei mais nervosa e desesperada. Mas hoje...
Tive consulta depois de almoço com a pedopsiquiatra e ela soube que tinha tomado os 50 comprimidos. Ficou chateada e disse-me "É isto que tu queres?", eu: "O quê?", ela: "Seguir este caminho.". Passei a consulta quase toda calada. Ameaçou-me de próximos internamentos e disse que eu tinha muita força de vontade, mas só para me fazer mal, que estou a seguir o caminho da destruição e vou conseguir destruir-me. A minha mãe começou a falar do mês de Novembro quando tinha tomado 30 comprimidos e a pedopsiquiatra perguntou: "E ela foi para o hospital nesse dia?", eu: "Não, não quiz.", ela: "Porquê?", eu: "Se tivesse de morrer morria em casa.". A médica chamou-me de iguista e disse que eu não sabia dar o valor da dor que a minha mãe sentia a ouvir tudo o que dizia. Sim, é verdade que não sei dar valor ao que ela sente, tal como ela não sabe dar valor ao que eu sinto, por isso se ela não quer que eu a magoe ela que também não me magoe a mim! A médica também me disse que se eu morrese não seria a única, que todas as pessoas que gostavam de mim (principalmente a minha família) ia morrer também mas por dentro.
Depois da consulta telefonei ao meu pai e ele começou a enervar-me muito. Fui para dentro do carro a chorar e a minha vontade foi sair pela porta e pôr-me de repente á frente de um carro que passa-se. Parecia que estava a sentir eu a ir para a estrada mas que o meu corpo estava dentro do carro. É estranho de explicar e ainda mais estranho é entender...
Depois, olhei para os meus pés e vi um isqueiro. Pensei também em acende-lo e queimar o braço...
Eu não estou maluca! Estou desesperada, estou triste, estou deprimida, é diferente...

Cada dia que passa reconheço menos a pessoa que sou e pergunto-me "Quem sou eu? No que é que me tornei?"
 

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